A única certeza que temos na vida é que vamos morrer um dia!
Podemos planejar tudo (ou quase) menos a hora que deixaremos este mundo. Minha mãe sempre fala isso, que não temos certeza de nada nessa vida, só da morte. Dessa sim, temos certeza de que vai acontecer...algum dia. Muito longe para alguns sortudos...ou muito perto para outros. Mas eu gosto de pensar que ela só chega quando tem que chegar. Que quando ela chega já finalizamos a nossa missão aqui nesse mundo.
Caitlin Doughty é uma escritora havaiana, blogueira, que tem um canal no You Tube, onde defende a aceitação da morte e mudança de práticas na indústria funerária ocidental. Ela é a criadora da web série "Ask a Mortician" e fundadora da Order Of The Good Death, uma organização com a ideia de modificar a cultura da fobia da morte, para nossa inevitável mortalidade. Confissões do Crematório reúne histórias reais do dia a dia de uma casa funerária, inúmeras
curiosidades e fatos históricos, mitológicos e filosóficos. Tudo, é
claro, com uma boa dose de humor. Enquanto varre as cinzas das máquinas
de incineração ou explica com o que um crânio em chamas se parece, ela
desmistifica a morte para si e para seus leitores.
Acontece que Caitlin é agente funerária, mais precisamente ela é pessoa que crema os corpos. Ainda jovem, conseguiu emprego em um crematório na Califórnia e
aprendeu muito mais do que imaginava barbeando cadáveres e preparando
corpos para a incineração. A exposição constante à morte mudou
completamente sua forma de encarar a vida e a levou a escrever um livro
diferente de tudo o que você já leu sobre o assunto.
Eu já li alguns livros filosóficos sobre o fim da vida (Se só me restasse uma hora de vida foi um deles) e esse é um assunto bem complexo (vide a história da vítima de morte cerebral amplamente divulgada nos noticiários essa semana). Se a morte é uma coisa que faz parte da vida porque não a aceitamos como o fim de uma ciclo? As vezes acho que uma das resposta está no fato de que nem sempre morremos somente no fim da nossa vida. Nós humanos estamos sempre atrás de realizações, coisas tradicionais que fazemos ao longo da vida. As vezes quando morremos "antes do tempo" pode-se ter a sensação de falta de dever cumprido...ao algo por aí...#Filosofei ahahahahahah
O livro é na verdade um livro de memórias e uma defesa apaixonada de um ideal, de uma nova maneira de pensar. Acho que quando a autora nos conta seu dia a dia na casa funerária e como isso acaba sendo um trabalho, como qualquer outro, exceto pelo fato que você lida com gente morta, isso nos faz pensar em cada situação separadamente. Tem quem aceite bem (faz parte, né?), tem quem nega, tem quem se desespera, tem quem resolve tomar a rédea da própria morte e abreviar a sua vida. Enfim....o assunto é complexo.
O título é a primeira obra de não ficção a integrar a coleção DarkLove,
a linha especial da DarkSide Books para corações valentes. Ele foi lançado para os leitores brasileiros em julho de 2016 e espero esteja alcançando bastante sucesso, pois leituras inusitadas e que levam a reflexão são sempre bem vindas!
Essa foi a segunda resenha que li desse livro e assim como falei na outra resenha, confesso que apesar de achar a abordagem bem interessante não sei se leria. Apesar da reflexão ser bem válida é importante, prefiro por enquanto conferir só as resenhas dos amigos blogueiros ;)
ResponderExcluirA primeira vez que vi e pensei sobre esse assunto foi após ver o filme Meu primeiro amor (o pai da protagonista era dono de uma funerária, lembrar???) e a série A Sete palmos. Mas acho válido o projeto da moça sobre a mudança de como vemos a morte e os ritos existentes, são mórbidos e não os frequento mais.
Lembro que o velório do meu avô e depois o do meu primo foram os últimos que fui, não me fez nada bem e a energia presente lá ... lembro até hoje. Minha mãe já pagou a cremação dela, acredita!!???
Enfim parabéns pela postagem e pelas fotos. Beijos
P.s. Adorando os post do mês de outubro.
Leituras, vida e paixões!!!